Therapies

Aprenda a reconhecer e a libertar-se do Karma familiar

De acordo com as teorias que acreditam na reencarnação das almas, escolhemos, antes de encarnar num corpo terrestre, a família na qual vamos nascer. Geralmente as pessoas que fazem parte da nossa família são almas que já estiveram antes ligadas à nossa, noutras vidas, e com as quais temos karmas para resolver, por isso nascem num núcleo que está intimamente ligado a nós. Mas os karmas individuais de uma pessoa podem também ser transmitidos aos seus familiares, tornando-se um karma familiar. Saiba de que maneira pode libertar-se de karmas que perduram na sua família.  

Antes de mais, convém esclarecer o significado da palavra Karma, que vem do sânscrito e traduz as consequências que uma ação tem numa vida posterior. De acordo com a teoria da reencarnação, levamos para vidas futuras as consequências de más escolhas que vivemos nesta vida, os assuntos que deixámos por resolver, as más relações que não soubemos sanar. 

                                                            Saiba mais sobre o que é o karma aqui

A família, por ser o grupo de pessoas às quais estamos mais intimamente ligados, é frequentemente o motivo que desencadeia karmas, sendo também através dela que fazemos algumas das nossas aprendizagens mais importantes. Ao contrário do que se costuma dizer, "a família não se escolhe", a um nível espiritual escolhemos, sim, a família dentro da qual vamos nascer. E muitas vezes ela é composta por almas que estão connosco há já várias vidas. 

Chama-se karma familiar ao karma que herdamos dos nossos pais, sendo transmitido através dos nossos genes, das palavras que crescemos a ouvir, da energia subtil que é passada de forma subconsciente de geração em geração. O karma familiar pode influenciar e até perturbar a forma como interage com a sua família, sem que tenha(m) consciência disso.

Uma pessoa sensível cujos pais são pessoas que carregam fardos espirituais pode sentir-se especialmente sobrecarregada, pois acaba por herdar, inconscientemente, o peso dos karmas que os seus pais não conseguiram resolver. Há muitas pessoas que não conseguem relacionar-se de forma harmoniosa com os seus pais, e por vezes isto está relacionado com laços energéticos ligados a experiências passadas. Uma vez que TUDO o que é existe é energia, a nossa consciência existe para além do plano físico e da nossa compreensão do tempo.

Dependendo da(s) vida(s) que teve no passado, pode ter escolhido, nesta vida, ter uma experiência mais intensa (e muitas vezes dolorosa) para equilibrar o seu próprio karma e, dessa forma, pode ter escolhido nascer num grupo de almas que traziam já, cada uma delas, sofrimentos e karmas por resolver, sendo que o seu papel junto delas pode ser profundamente significativo tanto para ajudá-las como para equilibrar o seu próprio karma pessoal.

Pode ter uma relação kármica com a sua mãe, assente numa experiência negativa do passado, que tanto pode estar relacionada com uma pessoa que magoou outra, como na refusa em aprender uma lição. Se foi você quem causou dano numa vida passada, pode estar nesta vida no outro lado, sendo a pessoa que sofre, para poder compreender as várias faces da realidade. 

Muitas pessoas carregam consigo karmas familiares desde o nascimento porque a energia kármica pode manifestar-se a um nível inconsciente, e porque herdamos o chamado ADN kármico. Se pensarmos que tudo é energia, é fácil compreender que há uma forte ligação que nos prende à nossa família, quer queiramos quer não, e que vai muito além do plano físico e do sangue. Nascemos ligados, literalmente, à nossa mãe através de um cordão umbilical. E no domínio energético, é interessante notar que o cordão umbilical liga o chakra raíz da mãe ao chakra do plexo solar do filho, que se localiza acima do umbigo e que corresponde à fonte do nosso poder pessoal. A ligação à mãe afecta, dessa forma, o sentido de identidade e de poder pessoal da criança.

 

Os padrões familiares são transmitidos de pais para filhos ao longo de sucessivas gerações, até que alguém consiga libertar-se desse karma. Imagine que a sua avó era demasiado branda com os outros, cuidando sempre da família e deixando que todos se aproveitassem da sua bondade. Imagine, também, que o seu avô teve um problema de alcoolismo que marcou a sua vida. A sua mãe, filha deles, pode ter então uma energia dominante de auto-sacrifício, herdada de um pai que se perdeu de si próprio e de uma mãe que nunca soube impôr-se, fazendo com que a sua própria mãe sinta uma constante falta de amor e atenção, tanto por si própria como em relação aos seus filhos. Muitos dos nossos comportamentos são passados de geração em geração, refletindo-se de forma diferente de pais para filhos, como numa bola de neve que se avoluma.

O karma familiar pode ser muito intenso e pesado em algumas pessoas, afetando outras de uma forma mais leve - isso varia de pessoa para pessoa, consoante as suas caraterísticas e o seu próprio karma, aquilo que essa pessoa tem para resolver. 

Dos estudos realizados a propósito deste tema, há conclusões que indicam que quase todas as família lidam com, pelo menos, uma das sete "sombras kármicas": histórias de violência, abuso, vícios, pobreza, doenças, abandono e traição. Estas sombras representam karmas que muitas vezes se repetem, tornando-se assuntos fulcrais na família. 

 

Alguns indícios que lhe dizem que pode estar a ser afetado por karmas familiares:

- É a pessoa mais desenvolvida espiritualmente da sua família, tendo uma maior consciência da nossa dimensão espiritual do que os seus pais e irmãos;

- Sempre se sentiu diferente da sua família, sentindo que há uma grande distância entre quem você é e a forma como os seus familiares se comportam;

- Por vezes adoece de forma inexplicável e tem a sensação de carregar o mundo às costas;

- Viu-se envolvido em assuntos familiares bizarros mais do que uma vez;

- Consegue reconhecer padrões familiares nos seus pais e antepassados e sente que consegue compreendê-los e, dessa forma, mudá-los.

 

De que forma pode libertar-se do karma familiar?

Para poder libertar-se dos nós que existem na sua energia herdada é, antes de mais, necessário libertar essa energia da sua mente e das suas emoções.

É necessário olhar para dentro de si próprio e compreender em que medida vive pelas ilusões dos seus pais, pelas suas crenças daquilo que deve ou não deve fazer, crenças essas que assentam no medo e no juízo de valores.

Uma vez que isto esteja claro para si e que seja capaz de se libertar dessas ilusões e crenças, está apto a perdoá-los e, ao fazê-lo, a "sair da casa dos seus pais" em sentido mental. Porque a verdade é que muitos adultos, por mais independentes, autónomos e emancipados que sejam continuam a deixar que aquilo que os pais toda a vida lhes transmitiram e impuseram condicione a forma como eles vivem a sua própria vida. Continuam, assim, a viver sob as regras dos seus pais, mesmo que vivam a quilómetros de distância ou mesmo noutro país. 

Ao cordar estes cordões que o prendem às suas origens consegue assumir a responasabilidade pela sua própria vida, e ao fazê-lo consegue ver os seus pais para além dessas ilusões e crenças que eles transmitem. Porque os seus pais também são almas à procura da sua própria evolução. Ao ter esta compreensão, consegue ver os seus pais na sua inocência mais pura. Eles fizeram o melhor que podiam para amá-lo da forma que lhes foi possível, como souberam e como foram capazes. Ao perceber que hoje já não é a criança "vítima" das crenças limitadoras dos seus pais, assume a responsabilidade pela sua própria vida e isso traz-lhe o maior poder que pode ter na vida: compreender que é o único dono e responsável por si próprio.  

 

Portanto, para se libertar de karmas familiares, o que tem a fazer é olhar para dentro de si próprio e reconhecer que tem o poder de se libertar de quaisquer cordões emocionais ou nós energéticos porque na verdade eles estão dentro de si. Ao reconhecer as lições que estão dentro das suas relações familiares e ter compaixão pelas sombras kármicas que estão presentes nela, pode libertar qualquer emoção negativa em relação à sua família. O caminho para fazê-lo passa necessariamente por assumir que as suas crenças e convicções são suas, e não da sua família. 

Pode, até, "arrancar" esses cordões emocionais negativos, ao identificar em que ponto eles se encontram (onde lhe "dói" quando pensa nesse assunto?) e ao "puxá-los" com as suas mãos como se estivesse a puxar uma corda para fora de si, visualizando-os a libertarem-se.

É necessária uma profunda introspeção, e por vezes até meditação, para compreender a origem de problemas recorrentes na sua vida, que resultam de padrões comportamentais que, uma vez compreendidos, podem começar a ser alterados. Isso exige tempo, dedicação, e a firme escolha de ser o dono do seu próprio destino. 

A partir do momento em que esse padrão é alterado, o karma familiar é interrompido. Os seus pais terão de fazer, provavelmente, esse trabalho numa vida posterior, mas os seus filhos já não vão herdar os padrões pesados que talvez se tivessem vindo a arrastar desde há longas gerações.

Tire algum tempo para pensar porque razão escolheu encarnar na sua família. O que é que ela lhe tem ensinado? O Universo quer o nosso bem e o nosso crescimento. Mesmo que não seja próximo da sua família ou tenha pontos de vista completamente opostos aos dos seus familiares, lembre-se sempre que a família é uma bênção.

Veja também:

Back
This site uses cookies to enhance your experience. By continuing to browse the site, you are agreeing to our use of cookies. You are using an outdated browser. Please upgrade your browser to improve your experience.