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Apaixonamo-nos 3 vezes na vida

Podemos viver inúmeros romances ao longo da vida, ou ter um amor "para a vida toda", consoante a nossa personalidade e aquilo a que damos mais valor. Há pessoas que valorizam mais a segurança e a estabilidade e tendem a investir totoalmente num relacionamento, fazendo com que ele vença as dificuldades e crises, enquanto que outras pessoas precisam da excitação da novidade e tendem a viver mais amores ao longo da sua vida, ao sabor das suas emoções. No entanto, e de uma maneira geral, há três amores que nos marcam profundamente. São esses os três relacionamentos que fazem história na história de quem nós somos. Quantos amores já viveu?

Apaixonamo-nos (de uma maneira geral e em média) por três pessoas diferentes ao longo da nossa vida. Esses são os relacionamentos verdadeiramente significativos, os que deixam marcas em nós para todo o sempre. Cada um deles surge num período distinto e cumpre uma função específica. 

1 - O primeiro amor

O primeiro é, como seria de esperar, o nosso primeiro amor. Com ele vêm as emoções que não conhecíamos, o despertar da paixão, do desejo e do sonho de união. Este amor é vivido na adolescência ou na juventude e reveste-se de um forte idealismo, que o faz parecer um amor de conto de fadas. Entramos neste amor com a ideia de que ele vai durar para sempre, sendo muitas vezes apoiado pela nossa família (ou, pelo contrário, fortemente desafiado por ela). É geralmente aquele que partilhamos com a família e com os amigos, porque estamos tão apaixonados que queremos que toda a gente saiba do nosso amor. Procuramos que ele resulte, nem que tenhamos de sacrificar quem somos. E quando acaba, ficamos destroçados. Neste relacionamento, é mais importante para nós aquilo que os outros pensam do que propriamente o que sentimos. Achamos que este amor é certo e que tudo vai correr bem. Mas a verdade é que, salvo raras excepções, este amor vem apenas abrir caminho no nosso coração para a experiência de amar. Ele marca muito a nossa ideia a respeito do amor e aquilo que passamos a esperar - ou que deixamos de tolerar! - nas relações futuras. Este é o amor que nos faz crescer, já que geralmente acontece quando uma ou ambas as partes ainda não têm a maturidade necessária para que a relação funcione. Há casos, excepcionais, em que este primeiro amor acaba por ser mesmo aquele que perdura por toda a vida. Noutros casos, há uma separação mas muitos anos mais tarde há um reencontro e, então sim, o relacionamento vinga, porque ambas as pessoas adquiriram a maturidade necessária e nunca se esqueceram do amor que as unia.

 

2 - O amor combate

Depois do primeiro amor, há pessoas que se envolvem em alguns relacionamentos que acabam por ser menos importantes e há outras que passam vários anos sozinhas, a digerir o luto pela relação anterior. E é então que, quer num caso quer noutro, surge, para muitas pessoas, o chamado "amor combate". Este é o amor avassalador, que chega com a força de uma paixão estrondosa e que desmorona tudo o que tínhamos como certo na nossa vida e no nosso coração. É um amor que faz sofrer, que exige sacrifícios, que nos põe à prova a todo o momento. Este relacionamento serve para nos ensinar lições valiosas sobre quem somos e sobre o que procuramos no amor, mostrando-nos aquilo de que precisamos. Este amor dói e pode acabar por tornar-se um ciclo, quer seja através de sucessivas "recaídas" em que voltamos a envolver-nos com essa pessoa, embora sabendo que "não vai correr bem", quer seja por acabarmos por nos envolver com pessoas que de alguma forma repetem o mesmo padrão, mesmo que de início parecessem ser tão diferentes dele. Esperamos sempre que o resultado seja diferente, mas de cada vez que tentamos corre ainda pior do que  antes. Este amor vem sempre com muito dramatismo, com jogos de manipulação e com uma espécie de dependência, porque nos mantém presos à expetativa de retomar à paixão inicial, e de suplantar os momentos baixos com os momentos altos. É preciso ter cuidado para não ficar preso a este amor, pois ele serve apenas como uma aprendizagem, e quanto mais cedo nos libertarmos dele mais depressa poderemos avançar para o nosso terceiro grande amor.

 

3 - O que nunca pensámos que fosse acontecer

O terceiro grande amor da nossa vida é aquele que nunca esperávamos que acontecesse. De início parece impossível, pois arrasa com as nossas ideias pré-concebidas a respeito daquilo que pensamos que o amor deve ser. Ele chega de uma forma tão natural e parece tão simples que não achamos que seja possível. É o amor em que estar com alguém se torna fácil e fluido, sem haver necessidade de explicações para que tal aconteça. Não temos expetativas em relação ao que a outra pessoa deve ser, nem sentimos qualquer pressão para sermos de uma determinada maneira. Somos aceites por quem somos na verdade, e isso é tudo. Este é aquele amor que muitas vezes nos vai batendo à porta, até que um dia resolvemos abri-la. Ele mostra-nos que o amor verdadeiro não tem de ser como nós pensávamos que ele devia ser

 

Nem todos vivemos estes amores ao longo da nossa vida, porque nem sempre estamos prontos para eles.

Precisamos, muitas vezes, de aprender aquilo que o amor não é antes de realmente sentirmos o que ele é.

Às vezes é preciso uma vida inteira para aprender cada lição, mas se tivermos sorte esse tempo de aprendizagem restringe-se a alguns anos da nossa vida. Nem sempre se trata de estarmos prontos para o amor, às vezes é o amor que não está pronto para nós. O terceiro amor é, para muitas pessoas, aquele que é feito para durar. Ele surge na vida daqueles que estão cansados de tentar e que acham que há algo de errado na sua forma de amar. Mas a verdade é que o amor resulta quando a outra pessoa ama da mesma forma que nós e quando não nos deixamos limitar pelos nossos conceitos a respeito do amor. Há pessoas que escolhem ficar sempre com o primeiro amor, e que procuram agradar à família e a todos os que as rodeiam. Outras ficam com o segundo amor porque acreditam que se não for difícil não é amor. Outras escolhem acreditar no terceiro amor, o que transmite segurança sem expetativas, o que não chega como uma tempestade mas que se mantém como uma lareira acesa e aconchegante. É aquele que chegou de mansinho mas que veio para ficar e que nos mostra porque é que todos os outros correram mal, mostrando-nos que vale sempre a pena continuar a acreditar no amor.

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