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A história mágica do Caçador de Sonhos

Diz-se que deve ser pendurado junto da cabeceira da cama, para que possa capturar os "sonhos maus" e deixar apenas chegar à nossa mente os sonhos bons, protegendo-nos enquanto dormimos. O caçador de sonhos é um objeto cheio de significado, com uma tradição muito antiga e lendas mágicas que contam a sua história. Desvende a magia deste objeto ao mesmo tempo delicado e poderoso, rico em simbolismo e magia.

Embora existam várias lendas que aludem à origem do caçador de sonhos, acredita-se que ele nasceu na tribo Ojibwa (também chamada Chippewa), uma das mais antigas, que via as aranhas como um símbolo de proteção e de sorte. Dizia-se que a tribo tinha uma protetora espiritual que tinha a forma de uma "mulher-aranha", que olhava especialmente pelas crianças. À medida que a tribo ia crescendo (esta é uma das maiores tribos, espalhando-se entre parte do Canadá e dos Estados Unidos) a sua protetora começou a ter dificuldade em conseguir proteger todos os seus membros, já que eles migravam para território cada vez mais longínquo. A "deusa" criou, então, o caçador de sonhos, um amuleto que todos os membros da tribo podiam levar consigo para onde quer que fossem, estando dessa forma sempre protegidos. Esta tradição passou a ser perpetuada pelas mães e avós, que foram fazendo caçadores de sonhos para proteger as suas crianças. Para os Ojibwa, os sonhos são muito importantes para a alma e para o desenvolvimento espiritual e mental de cada pessoa, sendo também portadores de visões, e por esse motivo é tão importante protegê-los. Ao longo dos séculos, este amuleto foi-se propagando a outras tribos, através do casamento entre tribos, e daí espalhou-se por todo o mundo, sendo hoje usado como forma de proteção e como amuleto portador de sorte.

Existe outra lenda associada a esta tribo, que conta que uma avó evitou que o seu neto matasse uma aranha que estava a tecer uma teia por cima da cama dela. A avó explicou à criança que a vida tem uma natureza sagrada e por isso deve ser sempre preservada. Como forma de agradecimento por tê-la salvo, a aranha teceu, então, uma teia mágica entre a cama da avó e a Lua, para que os sonhos bons pudessem chegar a ela, e os sonhos maus ficassem presos na rede e se dissolvessem com os raios de sol.

Outra lenda sobre a origem do caçador de sonhos associa-o à tribo Lakota e conta que, certa vez, um dos líderes espirituais desta tribo se encontrava no cimo de uma alta montanha, quando teve uma visão. Nesta visão apareceu-lhe um grande mestre do conhecimento, de seu nome Iktomi, sob a forma de uma aranha, tendo falado com ele numa língua sagrada, que apenas os líderes espirituais dos Lakota conseguiam entender. Enquanto falava, Iktomi pegou no aro de salgueiro que o ansião possuía, onde tinha penduradas penas, crina de cavalo e contas coloridas, e começou a tecer uma teia dentro desse aro, falando-lhe dos ciclos da vida e da passagem da infância à idade adulta, e desta para uma outra idade na qual precisamos que tomem conta de nós, como as crianças. Iktomi salientou que em cada fase da vida existem sempre muitas forças que nos rodeiam, algumas boas, outras más. Se ouvirmos as forças boas, seremos encaminhados para o rumo certo, mas se nos deixarmos levar pelas forças más elas irão magoar-nos e fazer-nos seguir o caminho errado. À medida que Iktomi lhe dizia que há sempre muitas forças e direções diferentes que tanto podem ajudar-nos como interferir com a harmonia da natureza, ia tecendo uma teia de fora para dentro, deixando um buraco ao centro. Quando terminou, entregou-lhe o aro e disse-lhe que o usasse para se proteger e para proteger o seu povo, usando os sonhos e visões das pessoas. Explicou-lhe que forma um círculo perfeito, mas com um buraco no centro para que as boas ideias pudessem passar através dele e chegar à pessoa, e as más ideias ficassem retidas na rede. O ansião assim fez, e daí nasceu este amuleto que, para os Lakota, sustentava o nosso destino, a "teia da nossa vida". Outras versões contam que os sonhos bons ficam presos na rede, para que fiquem junto a nós, e os pensamentos maus são escoados através do buraco ao centro, para que se afastem.

Para que serve o caçador de sonhos, e como funciona?

Os caçadores de sonhos têm hoje em dia vários tamanhos e tipos de decoração, mas consistem sempre num aro (geralmente de madeira) dentro do qual é tecida uma teia e que são decorados com símbolos de significado sagrado como penas e contas, que são penduradas a partir do fundo do aro. Os caçadores de sonhos tradicionais são feitos apenas com materiais naturais, sendo muitas vezes o aro feito de salgueiro. Cada componente do caçador de sonhos tem um simbolismo específico:

- o aro representa o ciclo da vida e a forma como o sol e a lua viajam pelo céu (em órbita);

- segundo algumas versões, os sonhos maus ficam presos na rede, para que se dissolvam ao raiar do dia;

- segundo as mesmas versões, as penas fazem com que os sonhos bons "escorreguem" suavamente até à almofada da pessoa que sonha;

- para alguns, as contas representam a aranha que tece a teia sagrada; para outros, elas são a cristalização dos sonhos bons que ficam presos na rede sob a forma de amuletos (existem versões opostas em relação ao facto de serem os sonhos bons, ou os sonhos maus, a ficarem presos na rede. Em qualquer um dos casos, o que importa é que o caçador de sonhos protege sempre).

Hoje em dia muitos caçadores de sonhos têm, em vez de um buraco, um cristal ou uma conta colorida ao centro, que visa capturar e neutralizar os pesadelos e as más energias.

O caçador de sonhos deve ser pendurado junto da cabeceira da cama, de preferência num lugar onde possa apanhar os raios solares pela manhã. 

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